O trote universitário é uma espécie de ritual de passagem que existe desde o surgimento das primeiras universidades, na Idade Média. Em teoria, essa prática deveria promover a integração entre calouros e veteranos. No entanto, cada vez mais, ela vem se tornando violenta e humilhante. Os excessos e abusos são frequentes, resultando em traumas e até mesmo em mortes. Em São Paulo, para tentar resolver o problema, deputados estaduais se reuniram em uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que investigou denúncias de violação de direitos humanos em trotes de universidades do Estado. Entre outras medidas, a CPI sugeriu que, em caso de violência, o trote passe a ser considerado uma forma de tortura. Você concorda com esse tipo de enfoque? Na sua opinião, quais as causas da violência na recepção aos calouros? Quando a prática deixa de ser uma brincadeira entre colegas e se torna efetivamente criminosa? Qual é o limite entre o trote e o crime? Redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema, expondo suas opiniões e defendendo seu ponto de vista.
ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:
Reprodução
Calouros pintados e ajoelhados observam veterano em trote na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília
Reconhecimento social
Apesar de ser uma prática repugnante, os trotes vêm sendo aceitos como um símbolo de reconhecimento social. Existe muita resistência por parte das Universidades e autoridades em organizar uma discussão a respeito ou tomar providências mais incisivas. O raciocínio predominante parece ser o de que, se não houver mortes ou mutilações durante as recepções aos novatos, então não há problema, pois se trata de um tradicional rito de passagem que promove a integração entre calouros e veteranos.
Entretanto, tais atos de violência não devem ser entendidos como “brincadeira”. São atos de tortura, que na maioria dos casos deixam marcas que o tempo não apaga e podem, até mesmo, configurar bullying. É absolutamente inaceitável que um veterano imponha aos calouros condutas que venham a lhes causar danos à saúde, à vida ou os atinjam em sua dignidade.
[Jusbrasil]
Trote e tortura
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo investigou denúncias de violação de direitos humanos em trotes de universidades paulistas. Os deputados paulistas pedem que os trotes praticados contra calouros nas universidades de todo o país sejam classificados de crime de tortura no Código Penal Brasileiro. “O que acho mais urgente é tirar toda a violência que ocorre nos trotes do capítulo de Atentado Violento ao Pudor, elevando-o à categoria de tortura. Trote é uma forma de tortura”, disse o deputado Adriano Diogo, presidente da CPI.
[Agência Brasil]
Álcool e morte
O ano em que entrei na universidade, 1999, foi marcado por um trote violento que terminou em uma tragédia. Foi naquele ano que o jovem Edison Tsung Chih Hsueh, calouro de medicina da USP, morreu afogado na piscina da atlética. Ele havia ingerido álcool forçado pelos “colegas” veteranos.
Alguns cursos, especialmente de humanas, passaram a fazer o “trote solidário”, em que o calouro era convidado a fazer um trabalho social. Não havia tintas, cabelo raspado e nem humilhação pública. Isso é comum em países como os Estados Unidos.
Lá, os calouros costumam ser recebidos por veteranos-tutores, que se ocupavam de orientá-los sobre moradia, alimentação, lugares para estudar e, claro, festas. Por aqui, a onda dos trotes violentos vai e volta.
[Abecedário, blog de Sabine Righetti, Folha de S. Paulo]
Observações:
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação